Paraty, 1983
Ouço dos viajantes que eles querem um pouso
assim de madeira e pedra, cheio de plantas e brisa,
aconchego de alguma terra amiga
à beira-mar e barcos.
Sossego onde tirar sapatos e a camisa,
conforto de pisar um chão que seja porto,
onde um coração de navegante
atravesse portas e arcos.
Calma que abriga o corpo de quanta briga
e tanta igreja antiga onde esteja a alma.
Ouço dos viajantes que eles querem teto.
Os velhos telhados silenciosos,
sem medo assim deixados,
contra o tempo assim deitados, têm um segredo:
mais que do Sol e chuva nos protegendo
estão do instante puro e a rapidez do momento.
Ouço dos viajantes que eles querem alento
sopro de vida, o vento fugaz
que alguma curva a qualquer esquina
de algum escuro
uma lembrança turva traz.
E essa coisa apenas pressentida
é capaz de inverter as ruínas, desesperanças,
reinventar o velho mercado, a praça onde se descansa.
assim de madeira e pedra, cheio de plantas e brisa,
aconchego de alguma terra amiga
à beira-mar e barcos.
Sossego onde tirar sapatos e a camisa,
conforto de pisar um chão que seja porto,
onde um coração de navegante
atravesse portas e arcos.
Calma que abriga o corpo de quanta briga
e tanta igreja antiga onde esteja a alma.
Ouço dos viajantes que eles querem teto.
Os velhos telhados silenciosos,
sem medo assim deixados,
contra o tempo assim deitados, têm um segredo:
mais que do Sol e chuva nos protegendo
estão do instante puro e a rapidez do momento.
Ouço dos viajantes que eles querem alento
sopro de vida, o vento fugaz
que alguma curva a qualquer esquina
de algum escuro
uma lembrança turva traz.
E essa coisa apenas pressentida
é capaz de inverter as ruínas, desesperanças,
reinventar o velho mercado, a praça onde se descansa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário