Niterói, 1970
Ouve-me tu, que buscando a verdade,
na passarela dos deuses encontraste o homem;
e tu, que para o frio a congelar teus impulsos
parece não haver agasalhos mais sobre a Terra;
e tu, cuja garganta falou tanto do Sol e das vias de luz
mas que nestas horas vacila, por estes dias se cala:
Dias existem de duvidar!
Ouça-me todo aquele que fez-se ao mar sozinho
e distante de aplausos remou sem tambores um suor sem medalhas;
e aqueles outros,
que se aprontam a descansar junto ao poço
sabendo apenas da pele vermelha, as dores no corpo
e o caminho de volta:
Dias existem de duvidar!
Dias de raiva e penetrar o ferro e as raízes,
de arrebentar as forças, romper os focos de energia;
dias de rasgar as fórmulas, rever os planos, renegar as vozes;
dias de estranhar as flores no campo, pisar os trevos;
dias de tremer os nervos!
deter os lábios após as palavras... e ouvi-las;
dias de não saber o caminho;
dias e dias de duvidar até das dúvidas com que duvidamos!
Sim, esses dias existem.
Obs.: este poema foi publicado na revista Rubedona passarela dos deuses encontraste o homem;
e tu, que para o frio a congelar teus impulsos
parece não haver agasalhos mais sobre a Terra;
e tu, cuja garganta falou tanto do Sol e das vias de luz
mas que nestas horas vacila, por estes dias se cala:
Dias existem de duvidar!
Ouça-me todo aquele que fez-se ao mar sozinho
e distante de aplausos remou sem tambores um suor sem medalhas;
e aqueles outros,
que se aprontam a descansar junto ao poço
sabendo apenas da pele vermelha, as dores no corpo
e o caminho de volta:
Dias existem de duvidar!
Dias de raiva e penetrar o ferro e as raízes,
de arrebentar as forças, romper os focos de energia;
dias de rasgar as fórmulas, rever os planos, renegar as vozes;
dias de estranhar as flores no campo, pisar os trevos;
dias de tremer os nervos!
deter os lábios após as palavras... e ouvi-las;
dias de não saber o caminho;
dias e dias de duvidar até das dúvidas com que duvidamos!
Sim, esses dias existem.
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